sábado, 20 de dezembro de 2008

Uma Nova EBD PIBJ 2009

 

Estamos já a algum tempo conversando com a liderança da Igreja sobre nossa EBD e como ela pode melhorar.

As razões são importantíssimas.

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” Mt 28.19-20.

A grande comissão nos ordena de forma muito clara “ensinar” os novos discípulos toda a Igreja que se preze e queira ser saudável, eficaz precisa ter uma boa EBD.

Em Atos 2.42, a Bíblia diz: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos” no original doutrina é “didaque” a didática, ou seja, o ensino ou doutrina a respeito de algo, ato de ensinar, instrução. A Igreja primitiva perseverava no ensino. Era uma Igreja que dava valor as escrituras, que aprendia e não é de admirar como Deus a abençoou. Quero embasar em três colunas a reestruturação da EBD.

1.A Bíblia é o nosso Padrão:

Nossa declaração doutrinaria diz: “A Bíblia é a autoridade única em matéria de religião, fiel padrão pelo qual devem ser aferidas doutrinas e conduta de homens. Ela deve sempre  ser interpretada a luz da pessoa e dos ensinos de Jesus Cristo.”

Infelizmente temos visto  a Bíblia ser colocada e segundo plano uma vez que ela não é normativa e sim consultiva. Usa-se a Bíblia para apoiar o que o líder da Igreja quer e não o contrario. O que a Bíblia diz sobre o assunto.

Logo é necessário que a EBD estude livros inteiros da Bíblia. Que o professor saiba o pano de fundo, historia, situação etc, para melhor compreender e interpretar o sentido do texto.

2.O que a Bíblia fala a respeito dos problemas do homem e mundo pós-moderno?

A Bíblia sempre foi e sempre será relevante a questão é que nós precisamos mostrar a sua relevância! Temas como família, casamento, criação de filhos, ética, homossexualidade, ecologia, origem e criação do mundo, etc. precisamos mostrar ao mundo que a Bíblia fala de todos estes assuntos de forma atualíssima. Para isto é necessário estudar sobre a Zeitgeist (espírito da época) de hoje.

3.Missões. Jesus nos deu uma missão a cumprir “Ide e pregai” a obra missionária no mundo avança e muitos cristãos sequer sabem a respeito dos desafios e o que se tem feito hoje em dia. Perseguições, e aflições por causa da fe. Muitos tem morrido pelo evangelho. É responsabilidade do povo de Deus.

Que o dono da Igreja nos de essa benção em 2009

Pr Cristiano Scuciatto

Veja outros artigos em

http://prcristiano.blogspot.com/

O Berço do Movimento Batista

Muitos questionam o Movimento "Batista" não por uma questão de discussão teológica ou contradição com as escrituras, mas sim por simplesmente não saberem a origem da Igreja pela qual fazem parte.

Muitos crentes também de outras denominações também não sabem sequer da razão "Batista". Publico então em meu blog este artigo do Pr. Zaqueu no sentido de informar o povo de Deus sobre nossa História e origem.

Seja abençoado com essa leitura que na verdade falar da origem dos Batistas é falar sobre a Liberdade Religiosa.

Abraços

Pr Cristiano Scuciatto
 



 



O BERÇO DO MOVIMENTO BATISTA

Pr. Zaqueu Moreira de Oliveira



Pastor e professor do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (STBNB)



João Smyth, que tinha formação teológica em Cambridge, foi pastor anglicano entre 1600 e 1603, tornando-se então puritano e, mais tarde, em 1606, separatista. Teve no advogado Tomás Helwys um auxiliar competente na nova igreja separatista por ele iniciada. Com a grande perseguição encetada por Tiago I, e após muita discussão na congregação, houve a resolução de emigrarem para a Holanda, onde havia liberdade para os protestantes adorarem a Deus “de acordo com suas próprias premissas”1. Para a viagem até Amsterdã, que ocorreu entre 1607 e 1608, a ajuda financeira de Tomás Helwys foi fundamental. Ali, Smyth, que era profundo estudioso das línguas originais da Bíblia, concluiu que o batismo infantil não era escriturístico.



“Então chegou à lógica inferência de que o batismo que ele e sua congregação haviam recebido nas igrejas paroquiais da Inglaterra não tinha valor”2. Assim é que, após convencer os membros da congregação, ele e Helwys dissolveram a igreja anterior e iniciaram uma nova igreja pelo batismo. Para isso, Smyth batizou a si mesmo e depois a Helwys, e os dois batizaram os demais componentes do grupo enquanto professavam a sua fé3. Isso ocorreu em 1609.




A pergunta de muitos é: por que não se uniram aos menonitas que existiam em Amsterdã, uma vez que ambos os grupos tinham pontos de vista comuns sobre batismo de crentes? A resposta dada por Helwys mais tarde é que eles não concordavam com a cristologia docética aceita pelos menonitas, nem com sua teoria sucessionista. Assim, diferiam em doutrinas e práticas, de acordo com a consciência de seus líderes. O desejo era reconstruir uma igreja de acordo com os padrões do Novo Testamento, através do batismo de todos os crentes professos.



Até a forma de batismo era secundária, pois inicialmente usaram a afusão e não a imersão.


O “separatismo” de Smyth foi duramente criticado pelos seus adversários, levando-o a voltar atrás e pedir filiação aos menonitas para ele e a maior parte da igreja (32 pessoas). Essa filiação não lhe foi concedida, mas seus seguidores a receberam após sua morte. Um grupo menor permaneceu batista, sob a liderança de Tomás Helwys, que se tornou pastor. Uma séria controvérsia foi desenvolvida entre Smyth e Helwys, quando este acusou seu ex-companheiro de ter blasfemado contra o Espírito Santo, uma vez que duvidou de sua orientação para se batizar e formar a nova igreja7. Por outro lado, Helwys foi criticado pelo fato de ter com ele um grupo tão pequeno. A sua resposta foi citar o texto em Zacarias 4.10: “Quem despreza o dia das coisas pequenas?” Essas palavras proféticas pareciam antever que o pequeno grupo de 10 ou 12 que estava com Helwys se transformaria na denominação batista que, hoje, no mundo inteiro, agrega cerca de 100 milhões de pessoas.


Depois da organização da primeira igreja batista, João Smyth escreveu várias confissões de fé e, em uma delas, em 1612, apresentou o primeiro escrito nos tempos modernos a defender completa liberdade religiosa, afirmando que o magistrado deve deixar que a religião cristã seja livre, de acordo com a consciência de cada um8. Por sua vez, Tomás Helwys também escreveu vários trabalhos e, finalmente, o livro intitulado Breve declaração do mistério da iniqüidade, publicado também em 1612, em que defende liberdade religiosa para todos, mesmo para os tiranos e os católicos romanos.

Ele declarou nesta obra a disposição de retornar para a Inglaterra, pois, segundo ele, cristãos não devem fugir de perseguição, mesmo que tenham de morrer “por Cristo e sua verdade”99. Assim, o grupo retornou e se fixou em Spitafields, nas proximidades de Londres, no mesmo ano de 1612, sendo esta a primeira igreja batista em solo inglês. Em uma das cópias do referido livro, há uma dedicatória ao rei Tiago I, onde Helwys afirma que “o rei é um homem mortal, e não Deus, pelo que não tem poder sobre as almas imortais de seus súditos, para fazer leis e ordenanças para elas e para impor senhores espirituais sobre elas”10. Tal declaração, plenamente de acordo com os ideais de liberdade e democracia dos nossos dias, foi muito ousada na ocasião, a ponto de levá-lo à prisão por quatro anos, onde morreu em 1616.

Essa foi a primeira Igreja Batista da qual há continuidade até os dias presentes.

Assim como os Católicos Romanos, os Puritanos, os Separatistas e mesmo os Menonitas tinham as suas peculiaridades, o grupo que permaneceu com Helwys tinha a sua própria identidade, pelo que passou a ser chamado de batista. Herdou o apego a uma vida santa dos puritanos e o tipo de igreja congregacional dos separatistas. O contato com os menonitas, únicos preservadores da tradição anabatista do século XVI, influenciou a adoção da teologia arminiana, pelo que os membros da igreja passaram a ser chamados de Batistas Gerais ou Arminianos, já que defendiam a expiação universal de Cristo. As confissões de fé dos seus líderes também negam o princípio calvinista da preservação dos salvos, ao mencionarem a possibilidade do crente cair da graça11. O fundamental, contudo, era a convicção de que aquele grupo passou a existir pela providência de Deus para defender a verdade bíblica, mesmo com a própria vida se necessário fosse12, devendo conduzir ao batismo apenas os que crêem, conforme a expressão de Felipe ao eunuco, mordomo de Candace, quando este questionou sobre o que impedia que ele fosse batizado. A resposta foi: “É lícito, se crês de todo o coração” (At 8.37a).

 

 

  1. WHITLEY, W. T. Thomas Helwys of Gray’s Inn and Broxtowe Hal, Nottinghaml. Londres: Kjngsgate Press, s.d., p. 10. Apud OLIVEIRA, Z. M. Liberdade e exclusivismo. Rio de Janeiro: Horizonal; Recife: STBNB Edições, 1997, p. 35.
  2. UNDERWOOD, A. C. A history of the English Baptists. Londres: The Baptist Union of Great Britain and Ireland, 1961, p. 37.
  3. ROBINSON, João. Of religious communion, 1617, p. 48. Apud OLIVEIRA, Liberdade e exclusivismo, p. 37.
  4. HELWYS, Thomas. Declaration of faith of English people remaining in Amsterdam in Holland. 1611, não paginado. Trabalho microfilmado.
  5. Sobre essa curiosidade voltaremos a falar posteriormente.
  6. Ato de alguém batizar a si mesmo.
  7. Conforme Helwys, os menonitas negavam a verdadeira humanidade de Cristo e a doutrina de sucessão. Cf. HELWYS, Thomas. An advertisement or admonition, unto the congregation. 1611, p. 35-36. Trabalho microfilmado. Ver também OLIVEIRA, Z. M. Liberdade e exclusivismo, p. 55-56.
  8. SMYTH, João. Propositions and conclusions concerning true Christian religion. 1612. In: LUMPKIN, William L. Baptist confessions of faith. Chicago, Filadélfia, Los Angeles: Judson Press, 1959, p. 140
  9. HELWYS, Thomas. A short declaration of the mistery of iniquity. Reproduzida em réplica da cópia dedicada por Helwys ao rei Tiago I. Londres: The Kingsghate Press, 1935, p. 212.
  10. HELWYS, Thomas. Dedicatória a Tiago I. Apud OLIVEIRA, Z. M. Liberdade e exclusivismo, Rio de Janeiro: Horizonal; Recife: STBNB Edições, 1997, p. 68.
  11. HELWYS, Thomas. A declaration of faith of English people remaining at Amsterdam in Holland. In: LUMPKIN, William L. Baptist confessions of faith. Chicago, Filadélfia, Los Angeles: Judson Press, 1959, p. 118.
  12. OLIVEIRA, Z. M. Liberdade e exclusivismo, p. 61-62.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Ministros de Cristo




Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. (1 Coríntios 4.1 )

Temos eleições de diretoria e ministérios novamente todo no mês de dezembro em nossa Igreja, alguns permanecem no serviço, outros querem mudar... Outros querem se engajar, pois observaram que estão no banco a muito tempo e é hora de contribuir...

Mas quero chamar a atenção de todos para o versículo acima que diz que importa que as pessoas nos considerem como “ministros de Cristo” a palavra no original aqui é (huperetes) que significa: 1) criado 1a) remador de baixa categoria, remador subordinado 1b) qualquer que serve com as mãos, empregados ou serventes dos magistrados, empregados que executam penalidades; dos servos de um rei, criados, acompanhantes, os soldados de um rei, dos atendentes de uma sinagoga 1b3) de alguém que ministra ou presta serviços 1c) alguém que ajuda outro em algum  trabalho.

Quando lemos a principio “ministros de Cristo” nos vem a mente titulo, honra, fama, glória, etc., quando observamos o real sentido de ser servo de Cristo temos uma grande surpresa! Ser ministro de Cristo é ser servo como o próprio Senhor o foi. “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Marcos 10.45). naquela época existiam navios imensos e navegavam com a força do vento (através das velas) ou através dos remadores, a palavra (huperetes) traduzida por ministro, significa o remador que ficava na parte de baixo do navio, ele não aparecia mas fazia bastante força!

BenHur

Meu desejo como Pastor desta Igreja é que existam muitos remadores e poucos faladores, muitas pessoas para trabalhar e poucos para questionar. Muitos que trabalhar sem aparecer (remador da parte baixa do navio) e poucos para advogar em causa própria.

Quantos ministérios que prometeram, falaram, questionaram tanta coisa e se fez tão pouco! Outros realizaram tantas coisas e por outro lado não fizeram alardes. Neste reinício de ministério e bem como ano novo, que seja assim: Tenha a intenção deliberada de que as pessoas possam te reconhecer como um mero remador de Cristo.


Pr Cristiano Scuciatto

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Ator Sylvester Stallone se converte e fala sobre Jesus em seu novo filme

 

Gudrun Schultz

LOS ANGELES, Califórnia, 12 de janeiro de 2006 (LifeSiteNews.com) — Sylvester Stallone, famoso pelos filmes “Rocky” e “Rambo”, voltou a suas raízes cristãs, numa experiência de conversão que ele diz o libertou das pressões do mundo.

“Quanto mais vou à igreja”, disse Stallone, de acordo com o boletim CitizenLink de Focus on the Family, “e quanto mais me entrego ao processo de crer em Jesus e escutar Sua Palavra e deixá-Lo me guiar no que faço, mais sinto como se as pressões sumissem de cima de mim”.

O novo filme de Stallone, Rocky Balboa, é o mais recente filme e o último capítulo na série de filmes “Rocky”, refletindo a convicção do ator de que a vida é sobre seguir Cristo, não sobre enfrentar batalhas sozinho.

“É como se [Rocky] estivesse sendo escolhido, como se Jesus estivesse sobre ele, e como se ele fosse o cara que viveria sempre o exemplo de Cristo”, Stallone disse numa conferência com pastores e líderes religiosos no ano passado. “[Rocky agora] é muito, muito perdoador. Não há amargura nele. Ele sempre vira a outra face. É como se sua vida inteira fosse sobre servir”.

“Fui criado num lar católico, um lar cristão, e ia para escolas católicas e aprendi a fé cristã e fui até onde consegui”, disse Stallone. “Até que um dia, sabe, entrei no tão chamado mundo real e conheci a tentação. Praticamente me desviei do caminho e fiz uma porção de escolhas erradas”.

Stallone disse que ele quer comunicar para as audiências a importância de freqüentar a igreja e receber apoio no compromisso de viver a fé cristã.

“Precisamos ter a experiência e a orientação de outra pessoa”, disse ele. “Não podemos treinar a nós mesmos. Sinto do mesmo jeito acerca do Cristianismo e acerca do que a igreja é: A igreja é a academia de ginástica da alma”.

A estória de um Rocky que sente culpa espiritual e lê a Bíblia antes de cada luta foi escrita pela própria experiência de vida do ator, disse Stallone.

“A maior parte dos meus filmes anteriores era cheia de sangue”, ele declarou para o jornal San Francisco Chronicle. “Eles eram os resultados criativos de minha juventude, quando meu casamento não estava indo bem e me sentia seduzido pelas tentações de Hollywood”.

“Precisei realmente passar por meus testes e tribulações”, ele disse, “antes que eu pudesse ser homem o suficiente para saber escrever o tipo de estória que ‘Rocky Balboa’ é”.

Stallone desenvolveu um kit de recursos grátis para líderes, em associação com Motive Entertainment, para ajudar os pastores e líderes de igreja a utilizar a mensagem cristã do filme. O kit inclui um guia de líderes (grátis por download) que lida com as questões de coragem, integridade, fé, vitória e propósito, relatou o jornal Christian Examiner. O guia tem várias abordagens feitas para suprir as várias necessidades dos pastores, líderes de jovem, líderes de ministérios de leigos e pais.


A primeira atuação de Stallone do personagem “Rocky” em seu roteiro do mesmo nome rendeu ao filme um Oscar em1976.

PROPOSTA PARA INSTITUIÇÃO DO PRESBITÉRIO DA IBAB PR ED RENE KIVITZ



1. Justificativa: razões para instituir um Presbitério

·        Porque é bíblico

As Igrejas do Novo Testamento eram pastoreadas por um grupo de homens fiéis e idôneos, que atuavam em harmonia, onde cada um contribuía para o todo à luz de seus dons espirituais e vocações pessoais.

·        Porque é eficaz

Calvino disse que “assim como nenhum homem é bom o bastante para governar a Igreja, também nenhuma multidão é qualificada o suficiente para tomar decisões críticas que afetam a vida da Igreja”. O Presbitério evita a tirania do indivíduo e a desordem das massas. Registre-se que a afirmação “a multidão não é qualificada” não diz respeito às prerrogativas de competência e autoridade espiritual, mas sim de eficácia operacional, por questões óbvias como, por exemplo, a distância da dinâmica operacional, a ignorância a respeito dos processos, a escassez ou incompletude das informações, que prejudicam decisões eficazes. Além disso, o contexto urbano contemporâneo e a realidade social e cultural em que vivemos exigem estruturas ágeis, funcionais e enxutas, que permitam decisões e ações
desburocratizadas.

·        Porque é seguro

Assim como a segurança de um cristão está em sua integração na rede de relacionamentos de mutualidade, também a liderança de uma Igreja deve cultivar a vivência dos mandamentos recíprocos, para que cada presbítero seja também pastoreado por seus pares, e a Igreja como um todo esteja sob o cuidado de líderes que acreditam que na multidão de conselheiros há sabedoria e segurança (Provérbios 11.14; 15.22).

·         Porque é eficiente

A pluralidade de líderes possibilita não apenas o acompanhamento mais próximo das diversas atividades, ministérios, e processos da Igreja, como também permite que cada um dos ministros assuma apenas as responsabilidades compatíveis com suas competências.


·        Porque é abrangente

A multiplicidade de ministros possibilita a diversidade de ministérios e ênfases. Um presbítero pode ter a visão correta, mas jamais terá a visão completa.

·         Porque é legítimo e moral

A afirmação de que o sistema de governo batista é congregacional democrático equivale muito mais à democracia representativa, onde um grupo governa por delegação da assembléia, do que à democracia plena, onde todos deliberam a respeito de tudo. Explicitar a instituição do presbitério é mais legítimo e moral.

2. O conceito de presbitério

O Senhor Jesus Cristo é o Supremo Pastor (Hebreus 13.20; 1Pedro 4.1-4) a quem Deus outorgou toda a autoridade e poder, colocando todas as coisas debaixo dos seus pés, e para ser cabeça de todas as coisas o constituiu cabeça da Igreja, que é o seu corpo (Efésios 1.18-23).

A doutrina do sacerdócio universal de todos os cristãos ensina que todos os cristãos possuem a mesma condição diante de Deus, têm livre acesso a Deus através de Jesus Cristo, e estão indistintamente
autorizados a representar Deus no mundo
(1Pedro 2.9,10; Efésios 4.1-16; 1Coríntios 12.4-7; 2Coríntios 5.20).

O Senhor Jesus Cristo governa e lidera a Igreja através de homens e mulheres separados pelo Espírito Santo e reconhecidos e autorizados pela Igreja (Atos 20.28; 14.23), qualificados segundo o padrão bíblico (1Timóteo 3.1-13; Tito 1.5-9), e dedicados ao serviço de acordo com seus dons espirituais e ministérios pessoais (Atos 13.1; Romanos 12.5-8; 1Coríntios 12-14; Efésios 4.11; 1Tessalonicenses 5.12-14; 1Timóteo
5.17; 1Pedro 4.10,11). O termo bíblico usado para identificar estes líderes espirituais é “presbítero” (Atos 15.2,4, 6,22; 16.4).


O modelo neo testamentário de gestão eclesiástica, portanto, implica a eleição congregacional de presbíteros. As Igrejas neotestamentárias desenvolviam seus ministérios através de todos os cristãos, mediante visão, supervisão e capacitação de presbíteros (Atos 14.23; 15.6; 20.17; Efésios 4.11; 1Tessalonicenses 5.12,13; 1Timóteo 5.17; 1Pedro 5.1; Romanos 16.1; Filipenses 1.1; 1Timóteo 3.8).

3. As atribuições do presbitério

Os presbíteros exercem a função de bispos (Atos 20.28), isto é, exercem supervisão sobre o rebanho. Os presbíteros devem ir adiante do rebanho, indicando o caminho, quer na dimensão pessoal, zelando para que cada cristão viva de modo digno de sua vocação (Efésios 4.1), quer na dimensão comunitária, zelando pelo todo da vida da
Igreja enquanto cumpre a missão que recebeu do Senhor Jesus (Mateus 20.18-20).

O Presbitério possui as seguintes atribuições:

·        Presidência

O Presbitério deve zelar pela  visão, missão, valores e crenças da Igreja, oferecer direcionamento bíblico e estratégico para os ministérios, bem como prover que a dinâmica das atividades ministeriais da Igreja seja bem administrada e gerenciada (1Tessalonicenses 5.12-14; 1Timóteo 3.5).


Entregar ao Presbitério a prerrogativa da presidência da Igreja equivale dizer que:

(1)  o Presbitério é a Igreja no intervalo de suas Assembléias.

(2)  o Presbitério é, abaixo da Assembléia, o fórum de maior autoridade da Igreja, e suas deliberações só podem ser revogadas pela própria Assembléia.


(3)  o Presbitério responde por toda a estrutura operacional da Igreja, tanto ministerial quanto administrativa.

·         Pastoreio

Compete ao Presbitério viabilizar o ministério pastoral da Igreja, notadamente através da rede de relacionamentos de mutualidade e prática dos mandamentos recíprocos (1Tessolonicenses 5.14; “uns aos outros”), zelando para que todos e cada um dos membros e freqüentadores da Igreja recebam acompanhamento pastoral adequado (Atos 20.28-32, 1Pedro 5.1).

·         Palavra

Cabe ao Presbitério prover ao rebanho ensino bíblico preciso e criterioso, zelando para que a Igreja permaneça no verdadeiro caminho bíblico da sã doutrina. Nesse sentido, o Presbitério funciona como matriz teológica e responde pela integridade doutrinária da Igreja. (Atos 6.2, 1Timóteo 5.17).

Definir “Presidência, Pastoreio e Palavra” como atribuições do Presbitério não significa que estas são funções exclusivas dos Presbíteros, mas que compete ao Presbitério prover para estas necessidades da igreja local.

4. As qualificações dos presbíteros

·         Caráter irrepreensível

Os presbíteros devem ser cristãos de boa reputação, inclusive entre “os de fora”, isto é, aqueles que não pertencem à Igreja. (Timóteo 3.1-7 e Tito 1.5-9);


·         Competências ministeriais

Os presbíteros devem servir à luz dos dons espirituais e demais capacitações necessárias ao exercício de suas atribuições específicas (Romanos 12.5-8, 1Coríntios 12.7-11, 28-30; Efésios 4.11; 1Pedro 4.10,11);

·         Vocação do Espírito Santo

Os presbíteros devem ter profunda convicção que foi o Espírito Santo quem os constituiu bispos (Atos 6.3; 14.23; 20.28; 1Timóteo 3.10).


·        Credibilidade

Os presbíteros devem ter o reconhecimento da Igreja local, isto é, devem ser acatados naturalmente no exercício de sua autoridade (1Tessalonicenses 2.10; 1Timóteo 4.12)


·         Experiência cristã

A palavra “presbítero” significa “ancião”, contrário de neófito, e por estas razões são “guias do rebanho” (1Timóteo 3.6; 5.22; Hebreus 13.7);

·        Maturidade espiritual

O ministério dos presbíteros deve ser prioritariamente associado ao ensino da Palavra de Deus e à oração, e não às funções administrativas e gerenciais (1Coríntios 2.14-3.3; Hebreus 13.7);

·        Compromisso de cuidado do rebanho

Os presbíteros “velam pelas almas dos cristãos”, sabendo que delas prestarão contas a Deus (Hebreus 13.17).

5. A composição do presbitério

Quem pode fazer parte do presbitério? Esta pergunta suscita grande discussão, especialmente a respeito de alguns temas específicos onde há maior controvérsia. A respeito destes temas, assumimos, provisoriamente as seguintes posições.

·         Título e função

O Presbitério não é a soma de todos os pastores ou pessoas que desenvolvem ministérios identificados com o que hoje chamamos
“ministério dos pastores”. O Presbitério é essencialmente uma instância de autoridade, um órgão governamental, assim como a Assembléia.

O exercício das funções pastorais não implica necessariamente que aqueles que as exercem sejam presbíteros ou membros do Presbitério. Há distinção entre o exercício de dons chamados pastorais e a participação no Presbitério. Uma coisa é a função pastoral, outra coisa é integrar o grupo que recebeu, da própria Igreja, através de sua Assembléia, autoridade sobre o todo da Igreja.

·        Participação das mulheres

Deus criou homem e mulher à sua imagem e semelhança (Gênesis 1.27) e delegou a ambos a responsabilidade e autoridade para criar filhos e administrar a criação (Gênesis 1.26-28).

As divisões e hierarquias entre sexos e raças não fazem parte do propósito original de Deus, e, portanto, não devem ser toleradas na vida da Igreja, onde todos somos um em Cristo. No corpo de Cristo não há distinção entre judeu e gentio, servo e livre, macho e fêmea.
Em outras palavras, no corpo de Cristo não há lugar para racismo, classismo e machismo (Gálatas 3.28).


Além disso, o derramamento do Espírito Santo no Pentecoste foi sobre “toda a carne” e inclui “filhos e filhas, servos e servas, jovens e velhos”.(Atos 2.16-21).

As recomendações bíblicas a respeito do silêncio da mulher e as restrições para que mulheres não exerçam autoridade na comunidade cristã (1Coríntios 11.2-16; 1Timóteo 2.9-15) estão condicionadas cultural, social e historicamente, e devem ser interpretadas a partir das afirmações que indicam princípios universais, como por exemplo “nem o homem é independente da mulher, nem a mulher do homem, pois assim como a mulher provém do homem, também o homem é nascido da mulher” (1Coríntios 11.11,12).

Registre-se ainda que a Bíblia não ensina a autoridade do homem sobre a mulher, mas sim a autoridade do marido sobre a esposa, e ainda assim no contexto da submissão mútua (Efésios 5.21-33).
A autoridade sobre a Igreja não reside no presbítero, mas no Presbitério, de modo que é perfeitamente razoável que mulheres integrem o fórum de autoridade sobre a Igreja, sem qualquer prejuízo de suas relações conjugais e familiares.
Mulheres que não vivam a sujeição aos maridos estão desqualificadas para o presbiterato, assim como homens que não governam bem suas próprias casas (1Timóteo 3.4,5).

Existe suficiente representatividade de intérpretes bíblicos que defendem a participação de mulheres no Presbitério. Este assunto, portanto, não é questão doutrinária que implique heresia, devendo a comunidade cristã local decidir a composição do Presbitério mais conveniente e eficaz, de acordo com seu contexto particular, social, cultural e histórico.

·         Maridos de uma só mulher

Esta recomendação bíblica (1Timóteo 3.2) alude não apenas ao divórcio como também principalmente à poligamia. Isto é, naquela sociedade que vivia a transição da poligamia para a monogamia, os presbíteros deveriam ser necessariamente monogâmicos, ainda que a poligamia fosse tolerada na Igreja por questões culturais, sociais e históricas.

O divórcio, ainda que não desejado idealmente por Deus, é uma concessão que permite pessoas reconstruírem suas vidas sob a misericórdia e graça de Deus (Mateus 19.3-12). Entretanto, uma vez que se exige do presbítero “que governe bem sua própria casa” 1Timóteo 3.4,5), a maioria dos comentaristas compreende esta expressão como orientação para que os presbíteros sejam homens “casados apenas uma vez”.

Na época dos apóstolos a poligamia era socialmente aceita, mas a participação no presbitério exigia a monogamia. A razão para tal exigência era explicitar e reforçar o propósito de Deus para a vida em família. Fazendo uso deste precedente, mesmo sabendo que em nossos dias o divórcio e o novo casamento são socialmente aceitos, nos sentimos em liberdade para não incluir cristãos divorciados e ou novamente casados no Presbitério.


·         Tenha seus filhos em sujeição

Esta recomendação bíblica (1Timóteo 3.4; Tito 1.6) é geralmente compreendida como afirmativa de que somente pode ser presbítero aquele cujos filhos sejam convertidos. A palavra usada para “crentes” em Tito 1.6, entretanto, significa “fiel” ou “digno de confiança”, como em 1Timóteo 1.12,15; 3.1; 4.9; 2Timóteo 2.11; 2.13; Tito 1.9; 3.8, onde a mesma palavra foi usada.

Nesse caso, o que se exige dos presbíteros é que seus filhos vivam de maneira ordeira, de modo a não causarem escândalo para o evangelho, notadamente enquanto vivem no ambiente familiar que pretende se estabelecer como modelo para demais famílias.

Recomendamos aos presbíteros o zelo e cuidado de suas respectivas famílias, licenciando-se do Presbitério, sem prejuízo do exercício de seus dons espirituais e ministérios pessoais, quando for necessária dedicação prioritária ao pastoreio de suas próprias crises e dificuldades familiares.

6. A relação igreja-assembléia-presbitério

6.1.       A distinção entre a igreja e a assembléia

A Assembléia é o fórum representativo e deliberativo da Igreja, o instrumento de expressão dos membros da Igreja. A Igreja é a comunidade dos cristãos, enquanto a Assembléia é a reunião dos membros da comunidade que comparecem para deliberar em resposta
a uma convocação.

6.2.       As atribuições da assembléia

Considerando que o fórum máximo de autoridade da Igreja é a Assembléia, compete à Assembléia da Igreja:

·        Constituir o Presbitério

Todos os presbíteros devem ser homologados pela Assembléia da Igreja (Atos 14.21-23).

·        Pronunciar-se atendendo convocação do Presbitério

O Presbitério pode e deve convocar a Assembléia sempre que julgar necessário.

·         Cumprir disposições previstas no Estatuto da Igreja

·         Aprovar o planejamento e o orçamento anual da Igreja e deliberar a respeito do relatório do período.

·         Arbitrar eventual divisão no Presbitério

Quando o Presbitério não está em unidade, é a Assembléia quem detém a prerrogativa da palavra final. No sistema episcopal, a prerrogativa está nas mãos do bispo. No sistema Erastiano a prerrogativa está nas mãos do Estado. No sistema congregacional, a
prerrogativa está nas mãos da Assembléia.

·         Disciplinar os presbíteros e/ou o Presbitério

Havendo falha explícita do Presbitério em tratar questões morais ou doutrinárias, compete à Assembléia o exercício da disciplina dos os presbíteros e/ou o Presbitério (1Timóteo 5.19-25).

6.3.       O relacionamento entre a igreja e seu presbitério e seus presbíteros

O Novo Testamento ensina que a Igreja deve cultivar as seguintes atitudes em relação aos presbíteros/Presbitério:

·         acatar com apreço (1Tessalonicenses 5.12);

·        obedecer (Hebreus 13.17; 1Pedro 5.5);

·        honrar (1Tessalonicenses 5.13; 1Timóteo 5.17);

·        imitar (1Timóteo 4.12; Hebreus 13.7; 1Pedro 5.3);

·        julgar (Atos 17.11; 1Timóteo 5.19,20);

·        disciplinar (1Timóteo 5.20-22; Tiago 3.1);


Conclusão

O processo de implementação do Presbitério deve ser encaminhado a uma Comissão especial nomeada pela Diretoria e homologada pela Assembléia da Igreja. O Presbitério, uma vez constituído, promoverá as necessárias adequações da estrutura organizacional e operacional, bem como dos Estatutos e Regimento Interno da Igreja.


Documento encaminhado à Assembléia Geral Extraordinária da Igreja Batista de Água Branca em dezembro de 2000. Apresentado à Ordem dos Pastores Batistas do Brasil – São Paulo, em junho de 2004. Pastor Ed René Kivitz.


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