Por Fernando Leite
16 Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo? 17 Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas tolo; por que morrerias antes do teu tempo? (Eclesiastes 7)

Eu quero enfatizar que as palavras usadas aqui para justiça e para sabedoria, na verdade, fazem parte de uma linguagem, de uma forma de falar sobre como você deve se enxergar. Essa forma hebraica de dizer para não ser excessivamente ou demasiadamente justo traz a idéia de “não banque tal coisa”, “não se faça parecer tal coisa”. A estrutura hebraica aqui comunica esta idéia: “Não banque exageradamente que você é justo!”. Isto não engana ninguém porque ninguém é totalmente justo, mas algumas pessoas parecem querer comunicar essa imagem. Os fariseus fizeram isso. Os fariseus eram hipócritas, e bancavam, de uma maneira exagerada, que eles eram justos. A segunda expressão, quando ele diz “nem demasiadamente sábio”, em hebraico quer dizer “nem demasiadamente sábio para você mesmo”. Ele usa aqui uma forma reflexiva. É você se sentir ou se achar sábio ou, em outra linguagem, é ser sábio aos próprios olhos. Alguém pode desenvolver um orgulho pela sua santidade, pela sua justiça, pela sua sabedoria. Ele diz: “Não faça isso. Isso é destrutível.”
No versículo 17, ele diz: Não seja demasiadamente ímpio e não seja tolo; por que morrer antes do tempo? Agora ele avalia o oposto. O oposto da justiça é a impiedade. O oposto da sabedoria é a tolice. Agora ele vai dizer: “Não adianta você levar a sua vida com a marca da impiedade, você vai morrer, isso vai ser destrutível para você!”. Qualquer desses estilos de vida, bancar o justo ou assumir a impiedade, é um problema. Botar aparência de sábio ou agir loucamente, qualquer dessas coisas não vale a pena. Essa aparência de 3 justiça, essa aparência de sabedoria geram stress, desgaste, ansiedade. Não siga este caminho.
Fonte: IBCU (trecho da transcrição do sermão "A questão da (in)justiça"