Muitos de nós estamos acostumados a ver “dez mandamentos” disso ou daquilo que aparecem em todos os lugares e são aplicados a todos os tipos de empreendimentos humanos. Na realização de negócios imobiliários à caça de alces, gostamos de imitar o Decálogo. Assim, alguns talvez foram atraídos a essa coluna esperando encontrar um “mandamento três” que proíbe a prática deixar meias estendidas no sofá da sala – um tipo de decoração masculina – ou o “mandamento sete” que exige um programa romântico semanal.
Mas isso não é sobre os dez mandamentos do casamento. Precisamos pensar no assunto bem mais importante dos Dez Mandamentos no casamento. A Bíblia nos ensina que, em termos de seu conteúdo, o amor é sempre definido pela lei (Rm 13.8-10). Uma vez que o amor claramente deve existir em cada lar de crentes, em todo casamento cristão, isso significa que a Lei deve sempre ser vista como a bela irmã gêmea do amor, e os dois nunca devem ser separados.
“Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Um marido deve amar sua esposa menos do que ele ama a Deus. Quando um homem ama a Deus como deveria, isso o capacita a amar aos outros como deveria. Porém, quando uma mulher torna-se um ídolo, ela frequentemente se encontrará sendo maltratada nesse relacionamento. Isso acontece porque o homem que a idolatra tem, com essa atitude, se separado da fonte de toda caridade e graça genuínas, que é, claro, o Pai. “Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.26). Um homem não pode ser um discípulo a não ser que ele aborreça a sua esposa e, a não ser que ele seja um discípulo de Cristo, ele não pode aprender a amar sua esposa.
“Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos” (v.4-6). Esse mandamento menciona o fruto do casamento, contado nas gerações futuras. Uma maneira certa de permitir que o sofrimento visite esses filhos que ainda não nasceram é tolerar qualquer imagem e concepção de Deus e Cristo criada por homens, a fim de manter um lar “piedoso”.
“Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (v.7). Carregamos o nome de Cristo em tudo o que fazemos. Se somos cristãos, então nossos casamentos são casamentos cristãos. Porém, os casamentos evangélicos modernos são praticamente indistinguíveis dos casamentos incrédulos. Manifestamos a mesma evidência de doenças patológicas em nossos casamentos que as vistas no mundo – divórcio generalizado, preocupação com minhas necessidades matrimoniais, obsessão com sexo, e por aí vai. Carregamos o nome de Deus em vão. Até que aprendamos o que a palavra cristão significa, não entenderemos bem o que o casamento cristão é.
“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus” (v.8-10). O padrão frenético de nossa cultura moderna é subsidiado por maridos que se esqueceram de que têm uma obrigação de dar descanso a todo membro da família e de fazer isso na presença de Deus. Em particular, um marido deveria perceber que o ditado “o trabalho de uma mulher nunca acaba” é falso em sua casa. Uma pessoa em posição de autoridade que não dá descanso não sabe o que o amor é.
“Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá” (v.12). Pai e mãe gostam de receber honra, mas frequentemente se esquecem de que também são filhos, e que foram colocados como exemplos aos seus filhos sobre como tratar seus avós. Muitas crianças aprenderam a desrespeitar seus pais simplesmente ouvindo a conversa à mesa de jantar. E os pequenos têm grandes ouvidos.
“Não matarás” (v.13). A antítese da malícia que termina em derramamento de sangue é um comportamento de afeição e gentileza. O homem que ama sua esposa como Cristo amou a igreja está demonstrando seu ódio a todo assassinato ímpio. Graças à nossa cultura do aborto, o lar tornou-se o lugar principal em que esse mandamento é desprezado. Mas o lar deveria ser um refúgio de vida.
“Não adulterarás” (v.14). É claro, um marido obedece a Deus aqui ao afastar-se da infidelidade em todas as suas formas e disfarces. Ele põe guarda sobre seus olhos, coração e seu corpo, e recusa todas as ofertas. Ele evita as capas de revistas no caixa do supermercado, fica longe de conversa com mulheres em chats de internet, foge de dormir com outras mulheres, recusa a sonhar acordado sobre estar casado com outra pessoa, e qualquer outra tentação não mencionada.
“Não furtarás” (v.15). Um homem que não providencia alimentação e roupas para sua esposa está roubando dela. Ele lhe deve o suporte financeiro e jamais deve cobiçá-lo (Êx 21.10).
“Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (v.16). A esposa é o próximo mais próximo do marido. Portanto, ele deve ser escrupulosamente honesto com ela o tempo todo. Um esposo e uma esposa devem ser capazes de conversar com o outro sobre tudo.
“Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo” (v.17). Um homem feliz em seu casamento nunca desperdiçará nada de seu tempo olhando desejosamente por cima do muro dos outros. Ele não cobiçará o cortador de grama do outro, a esposa tomando banho de sol, o carro, a casa, as habilidades de jardinagem ou qualquer coisa pertencente a seu vizinho.
Faça isso e você fará bem.
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