sábado, 25 de setembro de 2010

Há Pastores…….. Hernandes Dias Lopes

hernandesdias

Resumo do primeiro capítulo do livro do Rev. Hernandes Dias Lopes, "De: Pastor A: Pastor", ed. HAGNOS.
Em um tempo não muito distante, quando uma jovem se candidatava para se casar com um pastor, isso era como um passaporte para um casamento feliz. Hoje, casar-se com um pastor é um contrato de risco. Há muitos pastores que são um fenômeno no púlpito, mas têm um desempenho pífio dentro de casa. São amáveis com as ovelhas e truculentos com a esposa. Há muitos pastores em crise no casamento. Há muitos filhos de pastor revoltados e até decepcionados com a igreja.
Estou convencido de que a crise moral que assola a nação respinga na igreja e reflete a crise moral também presente no ministério. Uma pesquisa feita recentemente no Brasil apontou os políticos, a policia e os pastores como as três classes mais desacreditadas do Brasil. Estamos vivendo uma inversão de valores. Estamos vivendo uma crise de integridade. Aqueles que deveriam ser os guardiões da ética tropeçam nela. Aqueles que deveriam ser o paradigma de uma vida ilibada estão se imiscuindo em vergonhoso escândalo.
Minha percepção é que os pastores estão sob sérios perigos e quero a seguir destacar alguns:
HÁ PASTORES NÃO CONVERTIDOS NO MINISTÉRIO
É doloroso que alguns daqueles que se levantam para pregar o evangelho aos outros não tenham sido ainda alcançados por esse mesmo evangelho. Há quem pregue arrependimento sem jamais tê-lo experimentado. Há quem conduza os perdidos à salvação e ainda está perdido (Mt 7.21-23).
HÁ PASTORES NÃO VOCACIONADOS NO MINISTÉRIO
O sentido da vocação é um dos sentidos superiores do homem. É o sentido que leva a realizar com desinteresse e denodo as maiores empresas. Nos momentos sombrios, proporciona-lhe luz; nos transes difíceis, incute-lhe novo ânimo.
Há muitos pastores que jamais foram chamados por Deus para o ministério. Eles são voluntários, mas não vocacionados. Entraram pelos portais do ministério por influências externas, e não por um chamado interno e eficaz do Espírito Santo. Foram motivados pela sedução do status ministerial ou foram movidos pelo glamour da liderança pastoral, mas jamais foram separados por Deus para esse mister.
HÁ PASTORES PREGUIÇOSOS NO MINISTÉRIO
É lamentável que haja aqueles que abraçam a mais sublime das vocações e sejam relaxados no exercício. É lamentável que haja pastores que têm as mãos frouxas na mais importante e urgente das tarefas. É incompreensível que alguns que exerçam um trabalho que os anjos gostariam de fazer sejam remissos e lerdos na obra.
Paulo diz que aqueles que aspiram ao episcopado, excelente obra almejam (1Tm 3.1).
Há pastores que dormem muito, trabalham pouco e querem todas as recompensas. Estão atrás do bônus, mas não querem o ônus. Querem os lauréis, jamais a fadiga. Querem as vantagens, jamais os sacrifício. É triste perceber que muitos pastores não suam a camisa, não arregaçam as mangas, não trabalham a ponto da exaustão. São obreiro relaxados, pastores de si mesmos, que apascentam a si mesmos, em vez de pastorear o rebanho.
HÁ PASTORES GANANCIOSOS NO MINISTÉRIO
Há pastores que estão mais interessados no dinheiro das ovelhas do que na salvação delas. Há pastores que negociam o ministério, mercadejam a palavra e transformam a igreja em um negócio lucrativo. Há pastores que organizam igrejas como uma empresa particular, onde prevalece o nepotismo. Transformam o púlpito em balcão, o evangelho em um produto, o templo em uma praça de negócios, e os crentes em consumidores. São obreiros fraudulentos, gananciosos, avarentos e enganadores. São amantes do dinheiro e estão embriagados pela sedução da riqueza.
HÁ PASTORES INSTÁVEIS EMOCIONALMENTE NO MINISTÉRIO
Há pastores doentes emocionalmente no exercício do pastorado. Deveriam estar sendo pastoreados, mas estão pastoreando. Deveriam ser cuidados, mas estão cuidando dos outros. Deveriam estar sendo tratados emocionalmente, mas estão orientando outros.
As igrejas precisam ser mais criteriosas no envio de candidatos aos seminários.
HÁ PASTORES COM MEDO DE FRACASSAR NO MINISTÉRIO
O medo é mais que um sentimento, é um espírito. Paulo escreve a Timóteo, dizendo que Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação (2Tm 1.7).
Há pastore com medo de fracassar no púlpito, no aconselhamento e na administração. Há pastores com medo de relacionar-se com sua liderança e com medo da opinião do povo. Há pastores que agem como jabuti, pois se encolhem debaixo de uma casca grossa, pensando que essa falsa blindagem os protegerá de decepções.
O fracasso só é fracasso quando você não aprende com ele. O fracasso precisa ser pedagogo, e não cativeiro. O fracasso não dura para sempre. Quando Deus é o parceiro de seus sonhos, ouse sonhar grande e até correr riscos.
HÁ PASTORES CONFUSOS TEOLOGICAMENTE NO MINISTÉRIO
A igreja evangélica brasileira vive um fenômeno estranho. Estamos crescendo explosivamente, mas ao mesmo tempo estamos perdendo vergonhosamente a identidade de evangélicos. O que na verdade está crescendo em nosso país não é o evangelho, mas outro evangelho, um evangelho híbrido, sincrético e místico. Vemos prosperar nessa terra uma igreja que se diz evangélica, mas que não tem evangelho. Prega sobre prosperidade, e não sobre salvação. Fala de tesouros na terra, e não de tesouros no céu.
Nessa babel de novidades no mercado da fé, identificamos alguns tipos de pastores:
Primeiro, há pastores que são mentores de novidades.
São pastores marqueteiros. Quando um pastor entra por esse caminho, precisa ter muita criatividade, pois uma novidade é atraente por algum tempo, mas logo perde seu impacto. Aí é preciso inventar outra novidade. É como chiclete. No começo você mastiga, ele é doce, mas depois você começa a mastigar borracha.
Segundo, há pastores que são massa de manobra.
São pastores sem rebanho que estão a serviço de causas particulares de obreiros fraudulentos.
Terceiro, há pastores que deliberadamente abandonaram a sã doutrina.
Muitos pastores inexperientes, discipulados por esses mestres do engano, abandonam o caminho da verdade e se capitulam à heresia. É importante afirmar que o liberalismo é um veneno mortífero. Aonde ele chega, mata a igreja. Há muitas igrejas mortas na Europa, na América do Norte e, agora, há igrejas que estão flertando com esse instrumento de morte também no Brasil. Não temos nenhum registro de um liberal que tenha edificado uma igreja saudável. Não temos nenhum registro de um liberal que tenha sido instrumento de Deus para um grande reavivamento espiritual.
Quando, uma igreja chega ao ponto de abandonar sua confiança na inerrância e suficiência da Escrituras, se destino é caminhar rapidamente para a destruição.
HÁ PASTORES DESPÓTICOS NO MINISTÉRIO
Há pastores que governam o povo com rigor desmesurado. Agem com truculência e despotismo com as ovelhas de Deus. Dominam o povo com autoritarismo. Tripudiam sobre aqueles que questionam o seu modelo.
HÁ PASTORES SENDO VÍTIMAS DE DESPOTISMO NO MINISTÉRIO
Há pastores que são reféns de líderes e manipuladores. Esses líderes alimentam a síndrome de donos da igreja. Esses pseudolíderes tratam o pastor como se ele fosse um empregado que devesse estar debaixo do jugo deles.
HÁ PASTORES ILUDIDOS NO MINISTÉRIO
O ministério não é um mar de rosas, mas um campo de lutas renhidas. Quem entra no ministério precisa estar consciente de que há oposição de fora e pressão por dentro. Há batalhas externas e internas. Há conflitos suscitados pelo inimigo, e guerras travadas pelos irmãos.
Ser pastor é a arte de engolir sapos e vomitar diamantes. Ser pastor é estar disposto a investir a vida na vida dos outros sem receber o devido reconhecimento. Charles Spurgeon dizia para os seus alunos: “Filhos, se a rainha da Inglaterra vos convidar para serdes embaixadores em qualquer lugar do mundo, não vos rebaixeis de posto, deixando de serdes embaixadores do céu”. Hoje, vemos muitos pastores deixando o ministério para serem vereadores, deputados ou senadores da República. Trocam o seu direito de primogenitura por um prato de lentilha.
HÁ PASTORES COM O CASAMENTO DESTRUÍDO NO MINISTÉRIO
Há pastores que vivem de aparência. Pregam sobre casamento, mas estão com o matrimônio destruído. Aconselham casais, mas não aplicam os mesmos princípios ao seu próprio relacionamento conjugal. Há pastores que pregam uma coisa e praticam outra. São amáveis com os outros e amargos com a esposa. São tolerantes com as ovelhas e implacáveis com os filhos. Há pastores que são anjos no púlpito e demônios dentro do lar. Se o pastor não é benção dentro da sua casa, será um fracasso em público.
HÁ PASTORES DESCONTROLADOS FINANCEIRAMENTE NO MINISTÉRIO
O que autentica o trabalho do pastor no púlpito, no gabinete pastoral e nas demais áreas do ministério é sua integridade moral, sua piedade pessoal e sua responsabilidade administrativa. O ministro precisa ser um homem irrepreensível. Sua reputação precisa ser imaculada. Ele precisa ter bom testemunho dos de fora (1Tm 3.7).
O pastor não pode ser um homem envolvido com dívidas, enrolado financeiramente, irresponsável com os seus compromissos financeiros. Ele não pode viver de aparências. Não pode querer ostentar um padrão de vida acima de suas condições financeiras.
Há muitos pastores que perderam a credibilidade no pastorado pela inabilidade de gerenciar suas finanças. Há pastores sem crédito na praça. Há pastores que pegam emprestado e não pagam. Há pastores que são infiéis na administração financeira, começando com a retenção do dízimo de Deus. Quando um pastor sonega o dízimo de Deus, perde a autoridade para ensinar o povo sobre fidelidade.
HÁ PASTORES QUE PECAM NO MINISTÉRIO
Um ministro infiel é pior do que um incrédulo. Charles Spurgeon dizia que um ministro sem piedade é o maior agente do diabo em uma igreja.
Os pecados do pastor são mais graves, mais hipócritas e mais devastadores do que o pecado das demais pessoas. Mais graves, porque o pastor peca com maior conhecimento; mais hipócritas, porque o pastor denuncia o pecado em público e pratica em secreto; e mais devastadores, porque, quando o pastor peca, mais pessoas ficam escandalizadas.
É tempo da a igreja orar pelos pastores! É tempo de os pastores botarem a boca no pó e clamarem a Deus por uma visitação do céu e um tempo de restauração.
Resumo do primeiro capítulo do livro do Rev. Hernandes Dias Lopes, "De: Pastor A: Pastor", ed. HAGNOS

Fonte: Rodrigo Fontana

sábado, 4 de setembro de 2010

Parem de tentar salvar a Igreja Isaltino Gomes Coelho Filho

 

pr_isaltino_ Como intelectual, lia eu certa vez uma história de Walt Disney, em que Zezinho, Huguinho e Luisinho, escoteiros mirins, tentavam fazer sua boa ação do dia. Assim, pegaram uma senhora idosa pelo braço e a fizeram atravessar a rua, num trânsito bastante pesado. A senhora ficou furiosa. Não queria atravessar a rua. Conseguira vir do lado para onde os escoteiros a levaram, e eles a fizeram retornar! Ajudantes trapalhões!

A história me voltou à mente ao reler um dos livros que arrumava em minha biblioteca. Um livro com análises sociológicas sobre a igreja, com várias receitas para salvá-la. Alguns dos temas versavam sobre “caminhos alternativos”, “reflexões e propostas”, “uma proposta para o futuro da igreja”, “novos paradigmas para viabilizar a igreja”, etc. Segundo os comentaristas, a igreja está doente, e seus judiciosos conselhos poderiam revitalizá-la.

Queriam salvá-la. Lembrei-me quando cheguei ao Seminário do Sul, com 19 para 20 anos, e ouvia os veteranos conversarem sobre o futuro da igreja. O marxismo e o existencialismo avolumavam-se como uma onda. Era a época da teologia da morte de Deus, de Altizer, Hamilton, Adolphs, Van Buren, e a igreja estava para morrer. Um colega, bem incisivo, não dava dez anos para as igrejas fecharem as portas. Naquela época, era sinal de intelectualidade criticar a igreja e vaticinar seu fim. Hoje, além disso, parece ser sinal de espiritualidade. Ah, antes que me esqueça: o colega incisivo não está no ministério. Nem em alguma igreja local.

O final do século 20 e o início do século 21 mostraram a igreja em grande vigor, inclusive em lugares dada como morta. Aliás, a igreja de Cristo tem o estranho hábito de sepultar seus coveiros. Seus “salvadores” se perdem na poeira dos tempos, tornam-se nada, e ela segue sua jornada. Ela não precisa da salvação que afoitos escoteiros mirins lhe apresentam. Ela segue bem sem eles, e eles, na realidade, a atrapalham.

Falta bom senso a tais pessoas. Lembro-me de um jovem que, dizendo-se intelectual, apresentou-me algumas mudanças necessárias na igreja que eu pastoreava, para se tornar membro dela. Se tivéssemos sua visão, que era muito necessária para a igreja se arrumar e sobreviver, ele nos agraciaria sendo membro dela. Acho que ele se via como um presente de Deus à igreja. Como não estávamos tão desesperados assim, catando membros, disse-lhe que conseguiríamos sobreviver sem ele. Aquela igreja vai bem, e o jovem hoje não está em igreja alguma. Salvadores que não usam sua receita (e talvez se dessem mal com ela), mas, pior ainda, rejeitam a receita do Salvador, que tem mantido a igreja viva e vigorosa, em vinte e um séculos.

Esta visão dos escoteiros mirins da igreja parte do pressuposto, equivocado, de que ela é uma instituição meramente sociológica. Aplicando à igreja categorias de pensamentos seculares, eles querem adaptá-la aos novos tempos. Não entendem que a igreja é de origem divina, tem caráter sobrenatural, e que o que a mantém de pé é a presença do Espírito Santo que age nela, corpo de Cristo. E se ela se adaptar a novos tempos, estará sempre mudando sua forma e sua essência. Mudando sua essência, o conteúdo de sua pregação, deixará de ser igreja, embora mantenha o nome. Por exemplo: tendo deixado de ver as pessoas como pecadoras e sim como clientes por lisonjear, a igreja abandonou o conceito de pecado. Quase não se fala nele. Ele é desajuste, pressão social, outra coisa qualquer. Seu enfoque é psicológico, não bíblico. Em muitos aconselhamentos, a Psicologia tomou o lugar da Bíblia. Não é que Deus diz na sua Palavra, mas o que homens pecadores dizem com seus escritos. Uma cultura antropocêntrica colocou o foco do culto no homem: vencer, triunfar sobre as adversidades, enriquecer, ser feliz. Você ouve falar de santidade, do juízo final, sobre a volta de Jesus? Você tem ouvido sermões sobre a cruz? Você ouve falar de salvação pela graça, por meio da fé? Glorificar a Deus passou a ser gritar num culto. Vi isso num programa evangélico na televisão: “Glorifica mais alto, Fulano!”, pedia o animador do culto ao baterista. Glorificar a Deus é espancar a bateria?

Sei que são novos tempos, mas a adaptação da igreja aos tempos cria uma cultura curiosa: o bom culto é o animado, agitado, o barulhento, aquele onde a pessoa aculturada a tempos assim, se sente bem. Nao é mais o que produz reflexão sobre a vida, sobre Deus, sobre a eternidade. Outro dia comentei com Meacir que toda vez que ligo a televisão, não importa o horário, encontro um canal com gente pulando e se remexendo. Ver televisão me cansa! Como tem gente pulando! Reflexo de uma cultura de expressão corporal, de agito, de barulho. Os sentidos são mais importantes que a razão. Isto migrou para a liturgia. A boa liturgia deve ser agitada, e inclusive o sermão deve ser agitado. Mas como há mandamentos neotestamentários exortando ao uso da razão, do pensamento, da análise! O fio de prumo deve ser cultural ou neotestamentário? Devo me preocupar com o conteúdo bíblico ou com a “salvação litúrgica” recomendada por alguém, sem a qual minha igreja morrerá? Fico com a orientação do autor da Bíblia, o Espírito Santo (2Pe 1.21) ou com a dos escoteiros mirins eclesiásticos?

Será que o presenciamos é o que estava na mente de Jesus quando disse “edificarei a minha igreja”? Igreja é um lugar onde passamos momentos de catarse? Igreja é aonde vamos para nos sentirmos bem? Para sobreviver a igreja precisa de toda essa parafernália que está enriquecendo seus vendedores? Esses “salvadores” com suas fórmulas, modelos, estruturas, opções litúrgicas, não estarão se esquecendo do conteúdo da igreja? Que ela não é um ajuntamento social, mas o agrupamento dos salvos, com uma missão? Que sua finalidade não é promover entretenimento para as pessoas, mas anunciar todo o conselho de Deus? Que sua saúde e seu vigor dependem de Deus, do seu poder que opera nela, de sua fixação sobre o Cristo crucificado?

A igreja dispensa salvadores humanos e receitas sociológicas ou empresariais para viver. Ela é sobrenatural. Ela vive e sobrevive por ser o corpo de Cristo na terra. E não apenas a igreja universal ou um tipo de igreja abstrata, idealizada por muitos. A igreja local é corpo de Cristo. A expressão paulina “Ora, vós sois corpo de Cristo, e individualmente seus membros” (1Co 12.27) foi dirigida a uma igreja local, e não a uma comunidade etérea, vaporosa, conceitual, que muitos admiram, mas que não existe. Seu Senhor é aquele que diz de si mesmo: “Eu sou o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre! e tenho as chaves da morte e do inferno”(Ap 1.18). E ela está edificada sobre ele. Domingo passado, ao celebrar a ceia do Senhor com a igreja da qual sou servo, a Batista Central de Macapá, no Amapá, disse-lhe que aquele era o momento mais significativo da liturgia cristã, para mim. Era a certidão de nascimento da igreja. “Este cálice é o novo pacto em meu sangue, que é derramado por vós” (Lc 22.20). Deus fez um novo pacto com os homens, e ele está manifestado na igreja. Somos o povo do novo pacto. Ele foi firmado com o sangue de Cristo. A igreja nunca será extinta nem vencida. Ela nasceu na eternidade, no coração de Deus (Ef 1.4), irrompeu na história pelo ministério do mais fantástico vulto que a humanidade conheceu, Jesus de Nazaré, Deus-Homem, e foi pactuada entre Deus e os homens pelo sangue de Jesus. E, na meta-história, finda a história, e não houver mais nenhuma instituição humana, a igreja estará com o Senhor. A igreja universal é fantástica. A igreja local, expressão máxima da igreja militante, não é menos fantástica. Mesmo com tanto joio no meio do trigo, ela é de Jesus. O trigo vale a pena! É preciso ter cuidado para não trazermos mais joio para o trigal além daquele que o inimigo planta.

A igreja não precisa se adaptar a novos tempos nem de novas técnicas e modelos. Ela precisa viver o evangelho porque o poder é do evangelho (Rm 1.16), e não de formas ou modelos. Por exemplo, Jesus não tinha uma técnica para atrair pessoas. Ele pregava as boas-novas do reino. Corações que querem Deus se abrem para a mensagem de boas-novas. É diferente ter uma membresia atraída pela mensagem de Jesus e ter uma membresia atraída por um programa agradável. Um dia, esta parcela de atraídos por programas descobrirá que o mundo oferece mais, e irá atrás do mundo. Porque o mundo sabe oferecer entretenimento muito melhor que nós. E quem transforma o evangelho em entretenimento dará contas a Deus do que faz. Mas, a membresia que se rendeu ao evangelho de Jesus permanece. A igreja está sendo desfigurada e em alguns momentos ridicularizada por pessoas que a despem de sua grandeza e sua sobrenaturalidade e insistem em métodos e receitas de marqueteiros para energizá-la. A energia da igreja vem do Espírito Santo, da comunhão com ele, do abandono do pecado, do aprofundamento nas Escrituras. Para triunfar, ela precisa apenas ser igreja. Isto é: depender da graça de Deus, ser espiritual, viver na presença dele, obedecer a sua palavra, cultivar bom relacionamento interno, viver ao pé da cruz, enfim. A igreja é espiritual e precisa de soluções espirituais. E estas estão prescritas na Palavra de Deus. A igreja precisa voltar a ser igreja e deixar de ser uma organização religiosa comandada por executivos espirituais e conselhos administrativos empresariais. Precisa ser igreja, nada mais que isso.

Por isso, deixem de tentar salvar a igreja. Cristo já fez isto e lhe outorgou vitória. Sirvam-na. Amem-na. Engajem-se nela. Isto basta, porque é Deus quem a faz crescer. “Eu plantei; Apolo regou; mas Deus deu o crescimento” (1Co 3.6). Por isso, Zezinho, Huguinho e Luisinho: menos afoiteza e mais serviço. Mais testemunho e mais evangelização. Mais investimento do tempo, emoções e bens. Sejam servos, e não salvadores. A igreja precisa de amantes e de servos, não de salvadores. Ela tem um: Ele. Isso basta.

Isaltino Gomes Coelho Filho

Extraído do site:

http://www.isaltino.com.br/

Russell Shedd: Qual é a maior necessidade da igreja brasileira hoje?

DrRussellShedd

— O que o senhor entende ser a maior necessidade da Igreja brasileira hoje?
Russell Shedd - Eu entendo que seja a exposição da Palavra, escolas dominicais que ensinem não somente conteúdo, mas que ensinem a prática. Também oração para que Deus use a Palavra nessa transformação.
— O senhor entende que a Igreja brasileira então tem atravessado um momento de afastamento da Palavra, justamente quando pensa que está bem?
Russell Shedd - Isso. Tem muita empolgação, muito barulho, mas pouco ensinamento. As pessoas se sentem livres para desobedecer a Palavra, porque não a conhecem. A gente não deve ter essa liberdade para desobedecer. Nós devemos estar presos à Palavra, vinculados à Palavra. Como Jesus disse: "se vocês guardarem as minhas palavras, vocês serão meus discípulos de verdade, não apenas de nome".
— O senhor crê que parte desse afastamento da Palavra se deve a pastores mal preparados?
Russell Shedd - Talvez juntamente com mal preparados, são pastores que não têm tido muita experiência com Deus. Talvez ainda não passaram dificuldades na vida em que Deus ensina pela experiência. Eles são muito jovens, não sabem muito. E talvez estejam aprendendo com jovens mais mundanos. Uma vez um rapaz que esteve em um seminário falou que ficou chocado com a falta de espiritualidade, de amor ao Senhor. São muito mundanos. Nós temos esse problema: as escolas que, supostamente, deveriam preparar pastores, de fato praparam eles para o contrário.
— Hoje nós vemos na Igreja brasileira alguns movimentos fortes. Um deles é o movimento re-judaizante, as igrejas voltando a celebrar festas de Israel, instrumentos judaicos, essas coisas... Como o senhor vê esse movimento?
Russell Shedd - Eu acredito que se não for muito cuidadosamente avaliado isso vai trazer danos e não bênçãos para a Igreja. Nós temos que ver que o judaísmo terminou em Cristo. Jesus é o fim da lei. Paulo diz: "que vocês não fiquem escravizados de novo, guardando dias, meses, festas. Então nós temos Gálatas, capítulo 4, para nos advertir quanto a essa volta ao judaísmo.
— De outro lado, parece que estamos vendo um "reavivamento" do fundamentalismo. Como o senhor encara esse fato?
Russell Shedd - Eu acredito que seja uma reação. Quando vemos algo com que não concordamos, nossa tendência é ir para o outro extremo. Por exemplo: quando vimos que essa ideia de confessar pecados para um sacerdote, um padre, não estava fazendo nenhum bem, não estava trazendo santidade, nós nos afastamos e não fazemos mais nada, não confessamos pecados para mais ninguém, no entanto a Bíblia manda que confessemos os nossos pecados uns aos outros. Daí é uma maneira de nós irmos para um outro extremo.
— E nenhum extremo então seria...
Russell Shedd - Seria o que Deus quer de nós.
— Ainda que com menos força, continuamos vendo a Teologia da Prosperidade fazendo vítimas em nosso meio. Como a igreja deveria agir diante disso? O senhor acredita que a influência da mídia reforça esse movimento?
Russell Shedd - Eu acredito. A Teologia da prosperidade atrai as pessoas que não tem muito "problema" com o pecado na vida deles. Se a gente está arrependido, prosperidade é um coração limpo, um coração puro. Mas se eu não estou preocupado com o pecado, então é o contrário...
— Que mensagem o senhor deixaria para os visitantes do site e para a Igreja Brasileira?
Russell Shedd - Exatamente o meu pedido para o Senhor é que Deus continue santificando a sua Igreja, ensinando suas leis, as leis de santificação, de fruto de justiça, que Ele esteja fortalecendo e amadurecendo a Igreja, tirando essa carnalidade e tornando a Igreja cada vez mais madura e perfeita em Cristo. Essa é a nossa oração!
Russell Shedd
Ph.D. em Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo, Escócia. Fundou a Edições Vida Nova há 45 anos; atualmente é consultor da Shedd Publicações.
Fonte: Crer e Pensar, em 25/05/2010
Publicado em 27/6/2010
http://www.imw3.com.br/entrevistas_detalhe.asp?id=3

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Posicionamento do Pr. Paschoal Piragine Jr sobre as eleições 2010.

Assista e depois faça o seu comentário

AS SETE COISAS QUE NÃO ESTARÃO NO CÉU - A dor, a tristeza, o mar, o choro, a morte, a noite e a maldição não estarão com Jesus

ceu4

ESBOÇO
AS SETE COISAS QUE NÃO ESTARÃO NO CÉU
Luis Dicara
Texto base: A dor, a tristeza, o mar, o choro, a morte, a noite e a maldição não estarão com Jesus
Na eternidade tudo será maravilhoso, se acabarão as lutas e as provações, daqui a pouco tudo isso irá acontecer na nossa vida, para aqueles que esperaram as promessas do Senhor.
No céu não haverá mar (Ap. 21.1)
O mar fala de inquietação, agitação tribulação, ventos e tempestades - se acabarão no céu.
No céu não haverá choro (Ap. 21.4)
O Deus dos abatidos e tristes, ele mesmo enxugará pessoalmente as nossas lágrimas, que serão transformadas em alegria (Sl 126.5) , bem aventurados os que choram pois eles serão consolados.
No céu não haverá dor (Ap. 21.4)
O ser humano sofre com dores, cansaços, dor no coração, na alma, e é afligido. No céu ele tirará todo fardo pesado, toda opressão deste mundo de pecado que nos rodeia e os enfados da carne.
No céu não haverá tristeza (Ap. 21.4)
Tristeza é algo que destrói a alma e deixa abatido nosso coração, lá não seria possível ter a tristeza, pois na presença do Rei dos Reis até a tristeza salta de alegria, pois será alegria no Espírito, a tristeza será transformada em uma alegria eterna.
No céu não haverá noite (Ap. 22.5)
A noite é período de trevas, Jesus mencionou sobre a noite, noite lembra o juízo de Deus sobre o rei Belsazar quando apareceu a mão misteriosa, noite lembra as trevas do mundo onde não pode mais trabalhar, noite lembra o choro (Sl 30.5), mas lá o Cordeiro de Deus iluminará a cidade para todo sempre.
No céu não haverá maldição (Ap. 22.3)
No Éden, o homem vivia em comunhão, após pecar a maldição entrou na terra e ela começou a produzir espinhos e abrolhos, gerada pela desobediência do homem quando pecou, mas no céu tudo será restaurado e a maldição do pecado, da terra será aniquilada (Gl 3.10) A maldição já foi destruída.
No céu não haverá morte (Ap. 21.4)
O último inimigo foi vencido ele ressuscitou e vive, morte onde está seu aguilhão onde está a tua vitória, a morte foi vencida eu e você viveremos com Ele, estaremos com Ele, pois somos vencedores e lá no céu tudo será imortal, para toda eternidade.
CONCLUSÃO:
Na vida futura tudo isto vai acontecer, se você vive por momentos difíceis vale a pena continuar, pois estaremos indo para o céu e participando de todas as bênçãos de Cristo Jesus.
http://www.creio.com.br/2008/esboco01.asp?noticia=235

Eleições 2.0 e a revolução nas Redes Sociais em 2010

'Tive medo de ser torturado', diz brasileiro evangélico detido no Cairo - Guia turístico comia uma vez por dia. - Material religioso que brasileiro portava estava em árabe.

guia-egito

Guia turístico encontra amigos ao desembarcar em
São Paulo (Foto: JB Neto/Agência Estado)
Ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em Cumbica, na região metropolitana de São Paulo, na madrugada desta sexta-feira (27), o guia turístico brasileiro detido no Cairo, capital do Egito, disse que teve medo de ser torturado. Ele foi deportado para o Brasil na quinta-feira (26). Dagnaldo Pinheiro Gomes foi detido depois de ser acusado de promover atividades religiosas.
"Tive medo de sair dali e ir para um lugar de tortura. Estava com prisioneiros que já tinham sido torturados. Eles sempre falavam: você pode ser torturado se a sua embaixada não lhe encontrar rápido", afirmou Dagnaldo.
Ele disse que comia uma vez por dia, mas negou ter sido vítima de maus tratos. "Tinha direito a um pouco de comida uma vez por dia. Às vezes pedia água e eles não me davam, mas isso eu até entendo porque esse é o mês de jejum deles", declarou referindo-se ao Ramadã.
Dagnaldo afirmou ainda que o material religioso que foi encontrado no seu carro estava em árabe. Porém, ele negou que fazia promoção de sua religião, o que é proibido no Egito. "No meu carro tinha um material cristão. Essa foi a acusação [para me prender]. É um material que qualquer cristão pode ter", disse o guia, que morou por mais de sete anos no país. Ele foi informado por autoridades locais de que ele não pode voltar ao Egito.
Na terça-feira (24), o Itamaraty informou que o brasileiro havia sido detido com outras duas brasileiras, que já foram liberadas.
saiba mais
Guia turístico brasileiro detido no Egito é deportado
A namorada de Dagnaldo, que vive no Maranhão, disse ao Jornal Hoje que ele ia visitar as pirâmides e foi detido por policiais que encontraram as bíblias e folhetos evangélicos no carro em que ele viajava.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/08/tive-medo-de-ser-torturado-diz-brasileiro-detido-no-cairo.html

Católicos em guerra contra Ana Paula Valadão

Em um evento na Bahia, a cantora evangélica Ana Paula Valadão, do Ministério Diante do Trono, falou sobre a queda da Igreja Católica no Brasil.Disse ela: “aonde a idolatria chegou, aonde os cultos aos deuses chegaram, aonde entrou toda influência da mariolatria em nosso Brasil, desde as primeiras missas efetuadas em solo brasileiro, aonde entram os primeiros escravos da África, trazendo seus deuses, trazendo o culto aos deuses falsos africanos … o Senhor fará soar novos tambores nessa Nação”.
Enquanto os tambores tocavam ela dizia: “Diz a Palavra (de Deus) que ao som dos tambores Deus destruirá o rei da Síria”. “É a ruína dos falsos deuses, é a ruína do povo idólatra”.
Em um dado momento ela disse:
“Eu profetizo, no nome do Senhor Jesus, a queda de escamas da idolatria nos olhos de homens, mulheres jovens velhos. A Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil será invadida por uma onda de conversão, libertação e avivamento e quebrará toda a corrente de gerações. Haverá entre os padres, entre os seminaristas o espírito de ousadia para tomarem posição diante do Senhor Jesus e publicamente confessarão que só Ele é digno de toda a oração e adoração, culto, honra e glória”.
Por alguns minutos o estádio inteiro começa a gritar “Jesus, Jesus, Jesus”.
Tal declaração despertou a indignação de católicos em várias partes do Brasil, os quais estão se manifestando por meio da internet.
No microblog twitter, alguém escreveu:
“Deus me mostra Ana Paula Valadão de joelho em frente ao Santo Sacrário de uma Igreja Católica de BH (Belo Horizonte) e depois pregando na Canção Nova (emissora de TV da Igreja Católica).
Uma outra pessoa assim comentou em um blog católico:
“Salve Maria Imaculada!
Sirva de exemplo aos carismático para que jamais ousem a trazer em seus lábios qualquer canção protestante, a começar pelo barulho que se chamam de “músicas” dessa seita da Lagoinha, cujo líder é o lobo Saul Valadão, onde sua filha Ana Paula Valadão lidera um chamado “ministério” que profetiza blasfemias. Essa mulher arrasta multidões com suas músicas protestantóides e se aproxima de uma tal loucura, que é necessário estômago para conseguir ouvir uma porcaria dessa. Que a Santíssima Virgem esmague a cabeça de satanás, e justiça divina coloque nossos inimigos de joelhos para que se humilhem diante da grandeza de Deus e do esplendor da verdade católica”.
Oremos por Ana Paula Valadão e toda sua família, para que a mão poderosa no Nosso Deus continue estendida sobre eles.
http://padom.com.br/catolicos-em-guerra-contra-ana-paula-valadao

Ana Paula Valadão profetiza a queda da Igreja Católica no Brasil

Reciclagem no ministério pastoral - CONSELHOS AOS PASTORES INICIANTES

 

Teologia da Missão
CONSELHOS AOS PASTORES INICIANTES
Ao iniciar o seu primeiro, ou um novo pastorado:
1. Leve em consideração a palavra dos membros da igreja, especialmente dos que têm responsabilidades de liderança. Não se mostre auto-suficiente. Ouça antes de julgar, pois a primeira impressão, muitas vezes, é enganosa. Quem ouve mais erra menos, além de poder contar com mais simpatia no caso de errar. Reúna a igreja em grupos de interesse (os musicistas, os professores da EBD, os diáconos, etc.) e converse informalmente sobre o que cada grupo acha que a Igreja espera do novo pastor. Pergunte também o que eles acham que o novo pastor pode esperar dos obreiros.
2. Procure inteirar-se da história da Igreja. A história formal, através da documentação disponível (atas, boletins, etc.) e a história informal, conversando com os membros mais antigos. Se a igreja não possui um histórico, escreva-o, nem que seja em resumo, para o seu uso. É indispensável conhecer a história da Igreja onde você vai trabalhar. Isso demonstra interesse e evita gafes e constrangimentos.
3. Procure inteirar-se da situação legal da igreja. Procure colocar tudo em ordem no menor tempo possível: estatutos, escrituras de propriedade, obrigações trabalhistas, plantas das edificações, etc. Reúna toda a documentação em pastas próprias. Acione a diretoria e outros membros para ajudá-lo. Dá trabalho, mas compensa, pois você fica logo de posse dos instrumentos legais que facilitarão o seu trabalho, além de adquirir segurança e firmar o seu conceito como um obreiro responsável.
4. Procure conhecer, logo de saída, o seu campo de trabalho. Visite escolas, jornais, rádios, repartições públicas da cidade ou do bairro. Ofereça a sua colaboração no que couber. Apresente-se nos cartórios da cidade ou região, deixe ali a sua firma logo nos primeiros dias após a sua chegada. Deixe seu nome e endereço pastoral com gerentes de bancos, nos cartórios e repartições, etc. Não espere que a cidade venha ao seu encontro para conhecê-lo. Vá ao encontro da cidade.
5. Não hostilize o passado. Não suba pisando sobre cinzas. Ou seja: não tenha ciúmes dos bons, nem critique os maus obreiros que o precederam. Nunca aceite referências desairosas a obreiros anteriores, nem a pastores de outras igrejas, pois essas referências visam atingir a sua própria imagem como ministro. Não procure os culpados pelos problemas que encontrar. Procure soluções. Você vai formar o seu próprio conceito.
6. Tome por princípio não mudar nada que não seja indispensável mudar no primeiro ano do seu ministério. A melhor época para efetuar mudanças estruturais é por ocasião da eleição da nova diretoria. Se a sua posse for logo no início de um novo ano eclesiástico, ajude a nova diretoria e procure conhecer bem como e por que cada trabalho é feito do modo como é feito. Se achar que algo deve mudar, estude a melhor maneira de fazer as mudanças, discuta o assunto com os obreiros e leve os planos para a assembléia da igreja antes de efetivar qualquer alteração que interfira no trabalho dos outros.
7. Não estimule a formação de grupos por faixas etárias, por interesses, por famílias nem por nível econômico, cultural ou espiritual. Faça amizade com todos. Há aqueles que não manifestam de pronto a sua amizade e seu apoio, mas muitas vezes vão ser mais solidários e eficientes colaboradores que os aduladores e extrovertidos. Nunca demonstre preferências, por exemplo, chamando sempre as mesmas pessoas para orar em público, etc. Na visitação, nos cumprimentos, em tudo procure ser imparcial. Use franqueza temperada com amor, para evitar que algum crente do tipo "adesivo" monopolize as suas atenções e o seu tempo.
8. Jamais hostilize, jamais use a tática imatura e descaridosa de "pôr na geladeira", ou seja, marginalizar, um membro da igreja que discorde de uma opinião sua ou mesmo que se ponha contra algum dos seus planos. Nunca veja a discordância como se fosse agressão, pois isso revela falta de humildade e imaturidade. Ou seja, um cristão amadurecido sabe conviver com pessoas que pensam de modo diferente e esse é o primeiro item de um roteiro de procedimentos para conquistar alguém para o seu ponto de vista, se este realmente for o melhor. Geralmente, as pessoas que acabam se colocando contra a pessoa do pastor, inicialmente estavam apenas contra alguma das suas idéias e por isso foram hostilizadas. Quem se manifesta contra sua opinião pode estar mais ao seu lado do que o bajulador que diz amém a tudo, mas com quem você nunca pode contar.
9. Não ponha a sua autoridade funcional acima da sua autoridade espiritual. Não manipule a sua congregação pelo uso de regras parlamentares, técnicas de condução de massas (Amém, irmãos?), nem por ameaças ou promessas incumpríveis. Use os seus conhecimentos, seus dons e sua autoridade para ajudar as pessoas, não para manipulá-las.
10. Quando tiver pela frente problemas para os quais você ainda não tenha solução, procure entrar em contato com outros pastores que tenham mais experiência, pedindo-lhes ajuda.
11. Não queira passar para a igreja a imagem de um ser perfeito e irretocável, que você nunca será, mas acredite na unção e capacitação do Espírito para o ministério. Não viva chorando suas fraquezas, mas não deixe de reconhecer quando errar, e de voltar atrás. Disponha a sua mente para aprender as lições que cada fracasso encerra, lembrando-se de que o pior de uma queda é não aproveitá-la para aprender a caminhar. Um simples pedido de desculpas, produzirá um efeito muito mais benéfico para a sua imagem e autoridade de pastor, do que muitos argumentos tentando justificar um erro. Lembre-se de que "o fardo do meu irmão é parte do meu fardo" e isso vale tanto para os outros como para você.
12. Não vista a capa da falsa modéstia, mas também não recuse o reconhecimento sincero. Se alguém elogiar o seu sermão, não faça outro sermão para provar que "não é nada disso." Diga apenas "muito obrigado" e as pessoas verão que foi válida a tentativa de encorajá-lo. Mantenha a sua compreensão de dependência da graça de Jesus para não se tornar arrogante, nem perder a humildade sincera diante dos elogios.
13. Ensine a Bíblia. Obviamente, para ensinar a Bíblia é preciso estudá-la sempre e viver seus ensinos. Ao criar interesse pelo estudo bíblico, você estará focalizando as atenções da igreja nas verdades e nos fatos bíblicos, estará formando uma base sólida para fortalecer a igreja e baseando a sua autoridade na Palavra de Deus e não na sua própria palavra. Nunca deprecie um irmão com ironia por não saber ele aquilo que você mesmo deveria ensinar-lhe. Não condene a igreja por não saber manusear a Bíblia. Ensine-a a fazê-lo.
14. Fale pessoalmente com os membros da igreja que tenham problemas. Não mande recados nem ataque os crentes do púlpito, pois isso os coloca na defensiva, que resulta em ataques contra você. Nunca leve para o púlpito os problemas pessoais dos membros da igreja, nem mesmo como ilustração anônima, pois isso tira a sua autoridade para ajudá-los. Cobrar virtudes do púlpito é muito fácil. Dar o exemplo e exortar pessoalmente com amor exige autoridade moral, mas esse é o método que dá bons resultados e gera gratidão.
15. Aprenda a depender de Deus em oração, na realidade secreta da sua própria vida espiritual. Não use a oração como recurso para intimidar os ouvintes, para exibir seus conhecimentos, nem para passar a impressão de uma piedade inexistente de fato. Não faça da oração apenas um item da liturgia, nem pense na oração como um fenômeno psico-cultural-emociocional, mas como a súplica fervorosa de um filho do Rei que faz desencadear os poderes reais. Não demore para dominar essa arma que lhe será indispensável na pregação, no aconselhamento, no ensino, na administração, na beneficência. Sem oração, você terá que confiar em si mesmo. Seu trabalho será na força da carne e não no poder do Espírito. Logo, logo os crentes saberão a diferença.
16. Nunca se queixe de sua igreja para os colegas. Nunca se queixe de um membro da igreja para outro membro, nem de uma família para outra família. Ao fazê-lo, você estaria demonstrando não possuir confiança em si mesmo, nos seus próprios valores e critérios. Não se queixe dos problemas. Resolva-os.
17. Não coma o pão da preguiça. Talento não substitui trabalho. Prepare cuidadosamente os seus sermões. Não leia a Bíblia apenas homileticamente, mas leia-a devocionalmente. As melhores mensagens, as que produzem melhores efeitos, não saem da mente, mas do coração. Nem por isso caia na tentação de pensar que você pode alcançar grandes resultados com pouca ou nenhuma preparação. Dedique tempo a ler bons livros para aumentar e aprofundar seus conhecimentos e aperfeiçoar a sua forma de elaborar e transmitir seu pensamento. Invista em comentários bíblicos, dicionários, literatura secular, filosofia, boas revistas. Se você gastar mais tempo vendo televisão ou navegando pela internet do que lendo bons livros, sua mensagem poderá ter boa contextualização, mas certamente não terá profundidade. Você será sempre o juiz e o fiscal da mordomia do seu tempo, mas a Igreja saberá ver a diferença.
18. Seja cuidadoso com sua aparência, com o seu vocabulário, com sua saúde. Na aparência, nem luxo nem desleixo. No vocabulário, nem afetação e exibicionismo, nem vulgaridade e desrespeito. Na saúde, nem cuidados exagerados, nem desmazelo.
19. Cuide bem da sua principal ferramenta de trabalho: sua fala. Aprenda a usar a sua voz sem prejudicar seu aparelho fonador e sem deixar de ser entendido. Use corretamente a respiração, fale no seu tom natural de voz, mova os lábios e a língua para pronunciar os sons corretamente. Se tiver algum problema na sua fala, não hesite em procurar ajuda profissional. Os crentes poderão até se acostumar com suas dislalias. Os visitantes, não!
20. Ame cada ovelha. Quando for difícil amar uma ovelha em particular, recorra ao seu próprio Pastor. Jesus ama a todas as suas ovelhas, mesmo às enfermas, às machucadas, às rebeldes, às mancas ou com uma pata quebrada. Ele diz a Pedro: 1º "Apascenta os meus cordeirinhos". 2º "Apascenta as minhas ovelhas". 3º "Apascenta as minhas ovelhas". Apascentar é nutrir o rebanho, não nutrir-se do rebanho.
21. Evangelize. Traga sangue novo para a igreja. Nada enriquece mais o conceito de um ministério do que um batistério sempre cheio. Nada desanima tanto uma igreja como um batistério seco. Às vezes, a igreja já está de tal modo acomodada, que a única forma de dinamizá-la é criar uma nova igreja através do evangelismo. Somente depois é que alguns dos antigos membros serão despertados.
22. Desenvolva na igreja o espírito missionário. O dinheiro dos crentes é parte da vida deles. Aplicando parte desses dízimos e ofertas na obra missionária, a igreja está dando uma dimensão mundial a uma parte da vida dos seus membros. Como "a luz que brilha mais longe, perto brilha mais" (Oswald Smith), quanto mais os crentes derem para missões, maior visão e motivação terão para contribuir para os fins da própria igreja, sustento ministerial inclusive. Reduza a visão missionária da igreja pela redução dos percentuais do Plano Cooperativo e das ofertas para Missões Estaduais, Nacionais e Mundiais e você mesmo será a primeira vítima da sua falta de visão pela redução da visão da igreja no sustento pastoral. Qual é o limite da cosmovisão dos membros da sua igreja? Amplie a visão de mundo e de humanidade da sua igreja e a própria igreja será beneficiada.
23. Faça os seus planos cuidadosamente para viver dentro do seu orçamento. Só peça vales ou adiantamentos salariais ao tesoureiro se for absolutamente necessário para cobrir gastos imprevistos e justificáveis. Jamais lance mão de qualquer dinheiro da igreja para fins pessoais ou mesmo para fins não autorizados previamente pela igreja. Já se disse que a parte mais sensível do corpo humano é o bolso. Cuidado! Não seja do tipo de empregado que põe a reivindicação de melhoria salarial sempre à frente de melhores resultados do seu trabalho. Reivindique sempre em favor da igreja e a igreja reivindicará em seu favor. Se a sua igreja não reconhecer concretamente o seu valor, continue trabalhando e dando o melhor de si e logo outra igreja irá reconhecê-lo.
24. Dê o devido valor à família, a começar pela sua própria, que sempre será tomada como exemplo pelos crentes, queira você ou não. Jamais se queixe da sua esposa ou dos filhos para membros da igreja. Jamais insinue uma crítica à sua esposa em público. Não fique elogiando as outras senhoras e as moças da igreja perante a sua esposa, especialmente em relação à aparência, aos dotes culinários e nos dons que sua esposa possa não ter. Não considere a sua esposa como um apêndice do seu ministério, mas permita que ela desenvolva o seu próprio ministério de mulher cristã, de acordo com os seus dons pessoais. Nunca ponha sobre os ombros da sua família um peso maior do que ela possa carregar. Não manipule a sua família para alcançar seus fins pessoais no ministério. Se algum dia tiver que escolher entre dar tempo à sua família ou à igreja, por amor à igreja, coloque sua família em primeiro lugar.
Aproveite, adapte, desenvolva o que puder destes parágrafos. Muito provavelmente, eu não sentiria hoje tanta necessidade de dar estes conselhos, se os tivesse recebido em tempo, em 1953.
Pr. João Falcão Sobrinho 2009